O recente cenário de enchentes que assolou o Rio Grande do Sul acendeu um alerta urgente sobre a necessidade de pensar de forma mais estratégica e integrada no enfrentamento de desastres ambientais. Diante disso, o Plenário do Senado Federal realizou uma sessão de debates temáticos para discutir o papel crucial que ciência, tecnologia e inovação podem desempenhar na prevenção e mitigação de eventos como esse — e, de forma comovente, também homenagear as vítimas da tragédia.

Durante os discursos, um dos destaques foi a fala do especialista em agricultura de precisão, Carlos Pereira. Em sua fala na tribuna, ele ressaltou que “a inteligência territorial, associada ao uso de dados em tempo real e tecnologias preditivas, pode salvar vidas e preservar comunidades inteiras”. Segundo Pereira, o uso de sensores, imagens de satélite e sistemas de alerta precoce deve estar no centro de uma nova política pública de enfrentamento a desastres.
Além da agricultura de precisão, outras áreas tecnológicas despontaram como aliadas promissoras: a inteligência artificial aplicada à previsão climática, o uso de drones para monitoramento de áreas de risco, e plataformas digitais que integram dados de defesa civil, meteorologia e mobilidade urbana. “A inovação precisa sair dos laboratórios e das startups e chegar às ruas, às margens dos rios e aos centros de decisão política”, destacou um dos parlamentares presentes.
A ciência também se mostrou essencial na compreensão dos impactos de longo prazo das mudanças climáticas — fator apontado como agravante dos eventos extremos que se tornaram mais frequentes no estado. Pesquisadores alertam que investir em centros de monitoramento climático regionais e fomentar parcerias entre universidades e o setor público são passos fundamentais.
Essa sessão do Senado deixa uma mensagem clara: lidar com tragédias como as enchentes no Sul não é só uma questão de solidariedade ou logística emergencial, mas uma responsabilidade que deve ser amparada por conhecimento científico, visão tecnológica e inovação contínua. É hora de transformar luto em ação, com políticas que tenham a prevenção como prioridade e a ciência como guia.