Nos últimos dias, um assunto dominou o noticiário político: a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil em meio a uma série de desdobramentos jurídicos e políticos que levantaram dúvidas e críticas. Mas afinal, ela fugiu ou está apenas cumprindo uma agenda no exterior?

A saída do país
Carla Zambelli embarcou para os Estados Unidos no final de maio de 2025. A viagem ocorreu poucos dias após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 10 anos de prisão. A pena foi resultado de sua participação em atos considerados atentatórios ao Estado Democrático de Direito, incluindo envolvimento com a invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça.
A deputada, que é uma das principais vozes bolsonaristas no Congresso, publicou um vídeo nas redes sociais dizendo que saiu do país para “cumprir uma agenda pessoal” e buscar apoio internacional para causas como a “liberdade de expressão”.
Condenação e mandado de prisão
Logo após a condenação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a prisão preventiva de Zambelli e sua inclusão na lista de procurados da Interpol. A alegação da PGR foi justamente o risco de fuga e a tentativa de obstrução da Justiça.
A defesa da deputada nega que ela esteja fugindo. Em suas redes, Zambelli disse que, caso haja um mandado de prisão, ela se apresentará às autoridades. Ainda assim, o fato de ela ter deixado o país antes da solicitação formal da prisão levantou suspeitas e críticas até de antigos aliados.
Fuga ou estratégia política?
A pergunta que muitos fazem é: Carla Zambelli fugiu do Brasil?
Tecnicamente, ainda não há um mandado de prisão formal executado contra ela, então sua viagem não configura “fuga” do ponto de vista legal. No entanto, o contexto em que a viagem ocorreu — uma condenação grave e o risco iminente de prisão — reforça a percepção pública de que sua saída foi estratégica.
Zambelli tenta enquadrar o episódio como uma “missão internacional” em defesa da liberdade de expressão, alegando perseguição política. Seus opositores, por outro lado, veem a situação como uma clara tentativa de escapar das consequências legais.
O que esperar daqui pra frente?
O caso ainda está em andamento. Se a Interpol aceitar o pedido da PGR, Zambelli poderá ser considerada foragida internacional. Isso pode gerar um impasse diplomático, especialmente se ela solicitar asilo político nos Estados Unidos.
Enquanto isso, o Brasil observa mais um capítulo tenso da polarização política e do embate entre instituições e figuras públicas envolvidas com os atos de 8 de janeiro de 2023.
A história de Carla Zambelli está longe de acabar — e os próximos movimentos dela, e das autoridades brasileiras, devem ser acompanhados de perto.